08 março 2014

Meu caro amigo,

Espero que quando você for me esquecer apareça alguém com o meu perfume, quando você não lembrar da minha voz que apareça alguém com as minhas manias, na hora do filme de terror que você lembre dos meus medos, na sorveteria que você veja alguém comprando o meu picolé - de maracujá - preferido, que você lembre que eu adoro animais quando ver um cachorro na rua, que o seu (nosso) amor por carnaval nunca passe.
Espero que quando alguém perguntar por mim, que você diga apenas que perdeu contato, diga por ai que até dormiu pensando em me ligar em uma noite chuvosa. Que eu nunca mude de número do celular e você em uma dessas noites de sexta-feira, resolva, finalmente, me ligar. Espero que eu não veja o celular tocar.
Espero que o ódio passe, e a sua ressaca também. E depois você lembre de mim, de novo, falando que eu não gosto de quando você bebe e até das vezes que disse que eu não gosto de você. Que você assuma que os homens choram sim, e quem sabe, assuma que chorou por mim.
Espero, e dessa vez até desejo, que a amizade volte. Porque amar alguém faz com que você queria ela por perto, mas só uma grande amizade pra fazer você correr atrás de alguém. Amar, muitas vezes, é ter orgulho, mas ser amigo é, sem dúvida, ser nobre a ponte de perdoar.

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