18 maio 2014

"E que um ano sem você, me traga dez ao seu lado"



 A viagem foi cansativa, toda a energia gasta em sorrisos tinha deixado as bochechas dormentes, os olhos fechavam sozinhos e o pensamento não estava em outro lugar a não ser em sua cama. Até a garota finalmente ceder ao sono e dormir.
O acaso a levou em um sonho, em que meses atrás seria encantador, e hoje, acaba por trazer belos questionamentos. Em seus pensamentos de travesseiro, estava amparada por conhecidos e com os mesmos, bravamente discutia. Era de fato, uma bela discussão, onde todos os argumentos e atos pareciam validos, tendo em vista, que naquele momento não existiam magoas.
Ao acordar e lembrar do cenário, dos rostos e de tudo o que tecnicamente disse para eles, o sentimento de culpa apareceu. Tinha total responsabilidade pela sucessão de acontecimentos que a levaria angústia que se faz presente e pela qual havia sonhado era decorrente de tudo o que sua arrogância tinha lhes proporcionado. Principalmente, para aquele que foi alvo direto de suas acusações.
Pela primeira vez, percebeu que tudo o que mais a entristecia era secundário e que deixar de falar com alguém por definitivo doía demais. Em seu sonho, assim como na realidade ele disse "você escolheu isso" e de fato, ela escolhera. Com o passar do tempo ela percebeu que sua decisão fora das mais erradas, ninguém pode trocar o que já é seu, por algo que nunca dispôs.
E vê-lo partir, pela quarta- e definitiva - vez, era desnorteador e abrir os olhos para a realidade era chocante. Pela primeira vez quis viver em um sonho ruim. Porque, antes presenciar um momento de aflição perto dele, do que mil momentos de sorriso longe.

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