28 agosto 2014

Uma quase-possível-decepção

Silvia Pelissero


      Uma vez eu falei a respeito de escrever somente sobre o que acabou e, hoje, me pego escrevendo sobre nós. Estranho, não? Depois de tentativas frustradas de ficar, querendo ir embora, eu vou, vou antes que sinta alguma coisa por alguém que não devia. Aproveito para colocar aqui, a declaração de um medo. 
     Sinto fobia em coisas que não posso ter, e sou daquelas que deixa tudo "pra lá" - meu maior defeito - por não achar respostas, não gosto de decifrar alguém e perco a paciência por qualquer besteira. Tenho pavor de palavras bonitas, achismo e do olhar. Perco-me facilmente quando penso que quero alguma coisa. E ai, já viu... 
     Não posso afirmar que, um dia, te quis de verdade, mas não faço nada contra a minha vontade. Sabe, há algum tempo fiz uma jura: deixar de lado tudo o que não acrescenta e ir até o fim por algo/alguém que faça meus sorrisos de segundas-feiras não desaparecerem o resto da semana. E eu não sei - e nem vou saber - onde você se encaixa. 
     Você me trás muito de pessoas que me fizeram bem e, às vezes, penso que estou criando um jeito de ter - em outra pessoa - o que desejei um dia. Eu não possuo você, e não posso também. Lembra de todas as vezes que pedi para mudar alguma coisa? Era para ver se me esquecia de alguém e lembrava quem você era... Confesso que não consegui. 
      No final das contas, quem tem sido você nos últimos meses? 
     Tarde demais pra descobrir.

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