01 abril 2014

AS DATAS E A FOTO

Depois de semanas de tortura interna e desejo de lembrança decidi ferir o meu orgulho e ir te pedir a coisa mais valiosa para mim no momento. A nossa foto. Não foi tirada no melhor momento de convívio, eu sei, mas era o único jeito de ter você em mim de alguma forma.
Antes eu tinha me conformado e pensei que essa foto seria a ponte que restou entre a gente e tive a esperança de olhar para ela uma vez, bem no futuro. Tive uma esperança igual aquela minha busca interminável por você no meio de tanta gente no dia 4 de março desse ano. Pois é, você não sabe disso, e achei que nunca te contaria.
Um mês e um dia depois de você ter me procurado - e achado - naquela praia imensa e lotada, eu estava fazendo uma coisa que nunca pensei em fazer, te procurei em todos os cantos, queria resolver e mudar tudo o que disse quando a gente brigou. Na verdade, queria mudar tudo o que eu não disse. Sabe qual o problema? Eu não te achei e não sabia a dimensão que tinha um ponto final mas eu não desisti de te procurar. No dia seguinte te mandei uma mensagem, você lembra?
Eu queria me encontrar com você e dizer tudo o que "deixei pra lá" no dia 3 de janeiro. Fiquei com raiva do seu jeito seco e evasivo, e sabia que se eu te encontrasse teria que colocar o sentimento mais importante para fora e não demostrar minha raiva besta e momentânea. Foram histórias e encontros que deixaram sempre a desejar... Se é que você me entende. Voltando ao assunto da carta: eu me curvei diante de você para pedir nossa foto, já que você não aceitaria minhas desculpas.
Me reinventei atoa, sabe porquê? Nossa foto não existe mais e isso significa que acabou mesmo. Não deixou de existir amor e nem história. Eu entendo que amor nenhum tem valia quando se congela e história alguma merece ser contada quando não possui uma continuação. O pior é que os dois não deixaram de existir em momento algum - e acho que jamais deixarão -, mas acabam sendo deixados em segundo plano. Com essa informação que tive no dia 20 de março - o dia que escrevo a carta -, percebi que os seus planos de seguir em frente estão indo muito bem e eu só perdi uma foto maldita.
No dia 20/07/2013 te escrevi falando que seria impossível colocar um fim sem uma despedida, e não me despedi, sempre aceitei quando você dizia que iria sumir, que não iria me procurar mais e aceitei seu tempo, seus dramas e mudança de humor repentino - assim como você me aceitou como sou. Ano passado, dia 14 de outubro, senti tanto a sua falta que não vi motivos para aproveitar uma festa onde você não estava. Você disse que nunca me esqueceria e nesse dia me fez jurar o mesmo.
Eu senti raiva por você pensar que eu estaria sempre disponível e no inicio dessa semana precisei ler seu nome depois de evitá-lo (por um pedido seu). Percebi que não te esqueci nem por um segundo. Mesmo eu tendo apenas uma de tantas mensagens suas, sei que tenho a mais importante, que é do dia 22 de novembro de 2013... Isso não importa agora.
Fotos eram provas de que foi bom, e ninguém nunca irá vê-las. Talvez não tenha sido bom o suficiente, não é? Tudo bem, entendo você não ter gostado de viver isso tudo. E eu não vou pedir desculpas, já fiz muito isso. Vou apagar, não fotos (porque isso eu nunca tive), vou acabar de vez com todos os rastros seus que existiram na minha vida. Foi um prazer te conhecer, mas amanhã será um prazer maior não lembrar do seu nome.

2 comentários:

Ulisses disse...

Isadora, há algumas frases e imagens bem interessantes aqui no teu blogue! E como tu, eu também espero pelo futuro e gosto muito da Martha Medeiros, que, além de boa poeta, é também muito gente boa! Um abraço!

Isadora Lustosa disse...

Oii!! Ah, obrigada (: Confesso que eu não achava que alguém poderia ler o meu blog (e achar interessante). Mesmo assim, fico muito feliz! E espero que você acompanhe o ilustosa (: Abraços.
P.S: Fico duplamente feliz de saber que você gosta da Martha Medeiros!